sábado, 21 de maio de 2011

Trabalhando com ideias (01)

Iniciando nosso contato, informo-lhe, Leitor, que podemos, sim, usar a linguagem coloquial no dia a dia. Tudo bem! Entretanto, na comunicação escrita, faz-se necessária a linguagem mais apurada. Assim, nosso trabalho – que ocorrerá por alguns meses – terá como objetivo oferecer, a Você, que dele participar, um certo malabarismo no lidar com as palavras: é a oportunidade de se notar que uma mesma ideia pode se expressar de várias maneiras, sem que se altere seu sentido. Espero que goste. Pois bem, comecemos!

TRABALHANDO COM IDEIAS (01)

Vamos começar trabalhando com a ideia de CAUSA.
Ao longo do trabalho, observe bem as palavrinhas e as expressões que nos dão essa ideia.

Comece fazendo os exercícios abaixo, seguindo o modelo.

Modelo:          Porque não estudou, Lia foi reprovada.       
                              Não estudando, Lia foi reprovada.                 

a) Porque não obteve o dinheiro esperado, Leonardo não viajou.

b) Porque não gostava de bolo, Carolina não foi à festa.

c) Porque não compraram ingresso, os brasileiros não assistiram ao jogo.

d) Porque bebeu muito, Paulo passou mal.

e) Porque quero aprender, eu não faço bagunça na escola.

f) Porque sou bom filho, obedeço a meus pais.

g) Porque faço regime com nutricionista, emagreço com saúde.

Agora, complete os espaços, usando uma palavra única que indica CAUSA.

a) Eu estudo com a Mara ____________ quero aprender a escrever bem.
b) Lia foi reprovada ____________ não estudou.
c) Juca não viajou ____________ não obteve o dinheiro esperado.
d) Carolina não foi à festa ____________ não gostava de bolo.
e) Os brasileiros não assistiram ao jogo ____________ não compraram ingresso.
f) Mário passou mal ____________ bebeu muito.
g) Eu não bagunço a aula ____________quero aprender.
h) Obedeço a meus pais ____________ sou bom filho.
i) Emagreço com saúde ____________ faço regime com nutricionista.

Vejamos se aprendeu!
Quando, na comunicação, Você quiser transmitir a ideia de CAUSA, deverá usar a palavra ____________.

Poderemos trocar a palavrinha porque por: visto que, já que, uma vez que. Vamos testar?
Então, tente substituí-la pelas expressões mencionadas.

Luísa foi reprovada porque não estudou o suficiente.

Luísa foi reprovada ______________ foi negligente.

Luísa foi reprovada ______________ não gosta de Matemática.

Luísa foi reprovada ______________ nada aprendeu.

O sucesso da festa foi total porque participamos da organização.

O sucesso da festa foi total ______________ cada um fez sua parte.

O sucesso da festa foi total ______________ todos compareceram.

O sucesso da festa foi total ______________ preparamos tudo com carinho.

Eu saí apressado, porque pretendia ver Carolina.

Eu saí apressado, ______________ estava atrasado.

Eu saí apressado, ______________ Carolina me esperava.

Eu saí apressado, ______________ não queria ser irresponsável.

Percebeu que Você pode expressar uma mesma ideia de quatro maneiras diferentes?  Esse é um dos objetivos do estudo da tal análise sintática! Ela não é tão horrorosa, é?

Veja mais. Veja que interessante! Vamos usar a palavrinha como no início da primeira oração e ver no que dá!

·     Como Clara não gostava de bolo, não foi à festa. 

Qual a causa de Clara não haver ido à festa? Porque ela não gostava de bolo.

  • Como Mário bebeu muito, passou mal.
Qual a causa de Mário haver passado mal? Porque ele bebeu muito.

  • Como não estudou, Lia foi reprovada. 
Qual a causa de Lia haver sido reprovada? Porque ela não estudou.

  • Como eu gosto de sopa, jantarei na casa de vovó.
Qual a causa de eu jantar na casa de vovó? Porque eu gosto de sopa.

Percebeu que a palavrinha como, no início da oração, também pode passar ideia de causa? Ótimo!
Tente criar três exemplos!

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Vamos encerrar este primeiro exercício?

Não precisa decorar o que vem a seguir; apenas leia por mera curiosidade! Nada além disso, hein?

Você já deve ter ouvido alguém falar que cada ideia, expressa através de um verbo, chama-se ORAÇÃO.

Quando a ORAÇÃO expressa a ideia central (sem a qual a comunicação não se completa) ela se chama PRINCIPAL.
Eu estudo.(1)
Se houver uma segunda ORAÇÃO, no caso, mostrando uma CAUSA, por exemplo, relacionada à ORAÇÃO PRINCIPAL, ela se chamará
ORAÇÃO SUBERDINADA ADVERBIAL CAUSAL.
Eu estudo (1)/porque quero aprender.(2)

Concluindo!
Oração: por ter um verbo. (No caso, o verbo estudar.)

Subordinada: por depender da Principal para existir.
Para que eu aprenda (2), eu preciso estudar.(1)

Adverbial: por apresentar uma circunstância.

Causal: por apresentar uma circunstância de causa.
. . . porque quero aprender.(2)

Bem, é isso! Espero que tenha apreciado!
Aguarde a correção – amanhã!

2 comentários:

  1. Oi Mara, estou visitando o seu blog. Sempre detonei nas exatas, mas confesso que passo apertado em Literatura, Gramática e Redação. Ultimamente melhorei um pouco por causa da música, e dos versos "decassilabos" (??) que o Zé Ramalho adora usar. Também li o seu "quase que não viro Mara". Se o nome fosse "Maracutaia dos Triste Dias da Travessa Divina", até que dava para aceitar uma recusa do escrivão, pô, mas simplesmente Mara ? Essa oficial aí com certeza não registraria a minha filha que chama Nitria.
    Abraços e felicidades !

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  2. Querida Mara,

    Parabéns pela iniciativa. Bem se vê que você tem a alma de professora, pois continua se esforçando para ensinar, às suas custas, mesmo depois de ter se aposentado e de ter formado tantos bons alunos por onde passou. Admiro o profissional apaixonado, pois ele sempre atingirá um nível de excelência em tudo o que faz, já que o faz com amor e dedicação. Passarei suas lições a minha filha, pois ela prestará vestibular este ano. Parabéns. Beijão.

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